Como é o tratamento com Terapia Cognitivo Comportamental?
A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), é uma abordagem terapêutica desenvolvida por Aaron Beck, entre as décadas de 1960 e 1970. Com seu início voltado para o tratamento da Depressão, e posteriormente, adaptada para demais condições e quadros psiquiátricos, mostrando considerável nível de eficácia. A TCC, tem sua base na formulação cognitiva, passando pela estruturação e compreensão individualizada de cada paciente, crenças mal adaptativas, estratégias de comportamentos e fatores de manutenção de transtornos ou comportamentos disfuncionais. Este modelo de terapia, foi amplamente estudada/testada, obtendo em amplos ensaios clínicos resultados de comprovação da sua eficácia. As primeiras consultas geralmente seguem de coleta de dados iniciais, apresentações, vínculo terapêutico e posteriormente avaliação da demanda e ou diagnóstica. Através do exame de Anamnese, o clínico poderá coletar dados relevantes que se constituirão como extremamente necessários para o planejamento do tratamento, intervenções e caso necessário, o encaminhamento a outros profissionais. Há de se ressaltar, que se utilizar da TCC como abordagem, não necessariamente constitui este profissional como pautando seu trabalho em Praticas Baseadas em Evidências. Apesar da TCC ser uma das abordagens mais estudadas e com alto rigor científico, a prática baseada em evidências se constitui como o fazer profissional que considera três aspectos principais: a busca pelas melhores evidências, expertise técnica e preferências do paciente. A TCC tem por base a compreensão de que nossos pensamentos tem influência nas nossas emoções e comportamentos. Durante nossa construção de vida, a partir das experiências individuais de cada um, vamos atribuindo sentido e consolidando maneiras de interpretar/entender a nós, os outros, o mundo e/ou o futuro. Conforme a percepção subjetiva de cada um, vamos desenvolvendo crenças/pensamentos mais enraizados sobre esta tríade citada á cima, se constituindo como maneiras mais gerais/amplas de se interpretar este conjunto que Aaron Beck descreveu como a Tríade Cognitiva. Beck, considera que não são as situações que ocasionam as respostas emocionais/comportamentais em cada indivíduo, mas a sua percepção/interpretação da situação. No tratamento com a Terapia Cognitivo Comportamental, o psicólogo clínico desenvolve a compreensão individual de cada paciente, descrevendo o que chamamos de Conceitualização Cognitiva de cada caso ou demanda. Este processo é fundamental para que o profissional identifique a compreensão de cada caso individualmente e verifique quais necessidades de intervenções específicas utilizar. As técnicas/ferramentas que possam ser mais eficazes para a condução Terapêutica daquele caso. Um profissional bem treinado, busca em seu arsenal de ferramentas terapêuticas a implementação adaptada para as demandas a serem conduzidas. Sendo elas, voltadas ao tratamento de patologias ou demais demandas do dia-dia que tenha a necessidade de resolução terapêutica (exemplo: desenvolvimento de potencialidades ou habilidades “comunicação, insegurança, resolução de conflitos, liderança, etc..). No andamento do tratamento, é indicado que o profissional tenha ferramentas para monitoramento de progresso junto ao paciente. Assim, é possível verificar como está se dando a evolução da demanda, avaliar se estão atingindo as metas terapêuticas estipuladas e necessidades de alteração necessárias. Até que se chegue á alta do processo terapêutico, também é comum que o profissional realize intervenções de prevenção de recaída e verifique o quão consolidado está a utilização de ferramentas terapêuticas aprendidas pelo paciente. Sua aptidão para se utilizar e colocar na prática do seu cotidiano, o que foi aprendido em terapia é fundamental. A TCC, busca paramentar o paciente de ferramentas que ele mesmo possa aplicar no seu cotidiano, e assim obter autonomia da própria terapia. Não que esteja isento de buscar ajuda terapêutica em um outro momento, mas que possa ele mesmo resolver problemáticas que estivessem dentro das suas próprias capacidades desenvolvidas em terapia, além de muitas vezes agir com prevenção para situações potenciais de danos ou sofrimento psicológico. Referências Bibliográfica: WRIGHT. Jesse H. et al. Aprendendo a Terapia Cognitivo Comportamental: um guia ilustrado. Porto Alegre: Artmed, 2008. BECK. Judith S. Terapia Cognitivo Comportamental: teoria e prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2022.